Os cidadãos defendem um sistema mais justo, com menos impostos sobre os salários e maior tributação sobre grandes fortunas e multinacionais, refletindo um apelo por maior equidade. De acordo com o inquérito Flash Eurobarómetro 562, os portugueses destacam os impostos sobre salários como os primeiros a necessitar de uma redução, seguidos pelo IVA e pela tributação sobre a habitação. O estudo revela um forte apoio à introdução de um imposto mínimo sobre a riqueza dos mais ricos (apoiado por mais de 60%) e à garantia de que as multinacionais paguem impostos mínimos em todos os países onde operam (72% de apoio). Esta perceção de desequilíbrio é contextualizada por dados que mostram que a carga fiscal em Portugal aumentou de 30,4% do PIB em 2010 para 35,7% em 2024, um acréscimo de 15 mil milhões de euros. O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, afirma que este agravamento é "o resultado de uma pressão fiscal crescente sobre empresas, trabalho e consumo".
Adicionalmente, Portugal figura entre os países da União Europeia com maior peso do imposto sobre imóveis, representando 5,9% da tributação total, acima da média europeia.
O debate, portanto, não se cinge a uma simples redução de impostos, mas a uma redistribuição da carga.
Como conclui um dos artigos, "a maioria dos cidadãos não pede apenas menos impostos, pede sobretudo um sistema mais equilibrado, transparente e justo".














