O mecanismo fiscal sugerido assenta em duas vertentes principais.

Por um lado, propõe-se a criação de escalões de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) diferenciados, fiscalizados anualmente via satélite, que beneficiem quem gere adequadamente os seus terrenos. Segundo o especialista, “não faz sentido que quem cuida da terra de forma correta pague o mesmo IMI de quem tem tudo abandonado”. Por outro lado, sugere-se a criação de um sistema de dedução no IRS das despesas de investimento e manutenção de ecossistemas. Adicionalmente, a proposta inclui a penalização, através do IMT e do Imposto de Selo, da venda de terrenos rurais acima de um determinado valor, de modo a estimular um mercado de terras focado no uso produtivo.

João Nunes defende que estas alterações são cruciais para a prevenção a longo prazo, argumentando que “a verdadeira prevenção vai demorar mais de dez anos para começar a ter resultados” e exige medidas estruturantes como esta.