De acordo com o Flash Eurobarómetro 562, os portugueses sentem a carga fiscal como "pesada e mal distribuída" e elegem os impostos sobre os salários como a principal prioridade para uma redução, seguidos pelo IVA e pela tributação sobre a habitação. Esta insatisfação coexiste com o reconhecimento da importância dos impostos para financiar serviços públicos essenciais, como saúde e educação.
O estudo destaca um forte apoio a medidas de justiça fiscal: mais de 60% dos inquiridos em Portugal apoiam a criação de um imposto mínimo sobre a riqueza dos mais ricos. Além disso, 72% dos portugueses, uma percentagem bastante superior à média europeia de 59%, defendem que as multinacionais devem pagar impostos mínimos em todos os países onde operam. A luta contra a fraude e a evasão fiscal é também uma prioridade para 67% dos portugueses, em comparação com 48% na média da UE.
No que toca à fiscalidade ambiental, a maioria apoia a aplicação de impostos sobre produtos poluentes e defende que o transporte aéreo deve ser tributado ao mesmo nível que outros meios de transporte.
As conclusões do inquérito evidenciam um dilema central: os cidadãos querem menos impostos sobre o seu trabalho, mas, simultaneamente, exigem um sistema mais equilibrado que garanta o financiamento do Estado social através de uma maior contribuição dos setores mais abastados da economia.














