Dados da Comissão Europeia relativos a 2023 indicam que o país está significativamente acima da média da União Europeia, refletindo uma forte dependência desta fonte de receita. De acordo com a análise, os impostos sobre a propriedade em Portugal representam mais de 2% do PIB, superando a média da UE de 1,9%. Esta percentagem coloca o país ao lado de nações como a França, Bélgica e Grécia, que também apresentam uma elevada tributação sobre o património.

Quando se analisa a quota-parte destes impostos na arrecadação fiscal total, a posição de Portugal é ainda mais proeminente, com 5,9% da receita a provir desta fonte. Este valor é mais do dobro do registado na Alemanha (2,5%) e coloca Portugal no grupo de topo, liderado por França (8,4%). Os impostos sobre a transmissão de bens imóveis, como o IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis), também contribuem de forma relevante para esta realidade, representando 0,8% do PIB em Portugal, um valor superior ao de países como França e Reino Unido. Esta estrutura fiscal, com uma forte incidência sobre a detenção e transação de imóveis, tem implicações diretas no mercado imobiliário, influenciando os custos de aquisição e manutenção de habitação e podendo afetar as decisões de investimento no setor.