A proposta, apresentada por João Nunes, presidente da Associação BLC3, visa transformar a política fiscal numa ferramenta proativa de ordenamento do território.

A ideia central assenta no princípio de que "não faz sentido que quem cuida da terra de forma correta pague o mesmo IMI de quem tem tudo abandonado e tenha o mesmo benefício no IRS (nenhum)". Para concretizar esta mudança, sugere-se a criação de um IMI por escalões, que seria fiscalizado anualmente via satélite, penalizando os terrenos com maior risco de incêndio e beneficiando os que são bem geridos. Complementarmente, propõe-se um "sistema de dedução de despesas de investimento e manutenção de ecossistemas no IRS", incentivando diretamente os proprietários a investir na limpeza e valorização das suas terras.

Esta abordagem fiscal visa criar um ciclo virtuoso, em que a gestão florestal e agrícola responsável é recompensada, contribuindo para a redução da área ardida a longo prazo.

O especialista sublinha que "a verdadeira prevenção vai demorar mais de dez anos para começar a ter resultados", defendendo a necessidade de políticas estruturais e consistentes em vez de medidas reativas.