Os trabalhadores e pensionistas em Portugal verificaram um aumento nos seus rendimentos líquidos em agosto, devido à aplicação de novas tabelas de retenção na fonte do IRS. Esta medida, com efeito também em setembro, visa refletir a redução das taxas do imposto aprovada em julho, mas acarreta avisos sobre o acerto de contas em 2026. A recente descida das taxas do IRS, aprovada pelo Parlamento em julho, motivou o Governo a publicar novas tabelas de retenção na fonte, que começaram a ser aplicadas nos salários e pensões de agosto. Para compensar os contribuintes pelo imposto retido a mais entre janeiro e julho, as tabelas para os meses de agosto e setembro apresentam taxas especialmente reduzidas.
Esta alteração resulta num aumento substancial do rendimento líquido mensal para a maioria dos trabalhadores por conta de outrem e pensionistas da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Por exemplo, um pensionista com uma pensão bruta de até 1.116 euros terá uma taxa de retenção de 0% nestes dois meses. A partir de outubro, entrarão em vigor novas tabelas, que, embora mais baixas do que as do início do ano, terão taxas superiores às de agosto e setembro.
Contudo, esta medida, que injeta liquidez imediata na economia familiar, foi descrita como um "presente envenenado".
Organizações como a DECO PROteste alertam que, ao reter menos imposto mensalmente, os contribuintes poderão receber um reembolso menor ou até ter de pagar IRS em 2026, aquando do acerto final.
A recomendação é que as famílias usem este rendimento extra com prudência, reforçando a poupança para fazer face a um eventual pagamento de imposto no futuro e evitando assumir novos compromissos financeiros.
Em resumoA medida de ajustamento das tabelas de retenção do IRS proporciona um alívio imediato na tesouraria das famílias em agosto e setembro. No entanto, esta antecipação da redução fiscal exige uma gestão financeira prudente por parte dos contribuintes, que são alertados para a possibilidade de reembolsos menores ou imposto a pagar em 2026.