e pelas contribuições sociais (+0,3 p.p.).

O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, alerta para os riscos desta trajetória, afirmando que ela “reduz a elasticidade da receita ao ciclo económico, fragiliza o papel redistributivo do imposto pessoal e, sobretudo, intensifica a dependência do sistema fiscal em relação ao IVA e ao IRC”.

Segundo o antigo governante, esta evolução não resulta de uma estratégia planeada, mas de fatores conjunturais, e acontece porque não foi realizado “o trabalho essencial: a Reforma do Estado e a moderação da despesa pública”. O fiscalista João Espanha corrobora esta visão, sublinhando que o aumento da despesa pública torna difícil uma redução ambiciosa da carga fiscal, e critica o facto de “5% dos cidadãos” pagarem “quase toda a receita do IRS”.