Esta medida, que inclui um acerto retroativo, poderá, no entanto, resultar em reembolsos mais baixos ou imposto a pagar em 2026.
A alteração, aprovada pelo Governo, tem um efeito duplo e temporário.
Por um lado, as novas tabelas para agosto e setembro são substancialmente mais baixas, isentando de retenção os salários brutos até 1.136 euros. Por outro, estas tabelas incorporam um acerto retroativo para compensar as retenções mais elevadas aplicadas entre janeiro e julho.
O resultado é um aumento expressivo do rendimento disponível nestes dois meses, que pode chegar a mais de mil euros em alguns casos.
Contudo, especialistas e a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) alertam para a natureza temporária deste alívio.
A bastonária da OCC, Paula Franco, aconselha os contribuintes a “guardar algum para o acerto de contas”, sublinhando que o valor não retido agora será ajustado na liquidação final do IRS em 2026.
Isto poderá traduzir-se num reembolso inferior ao habitual ou, em muitos casos, na necessidade de pagar imposto adicional ao Estado.
Para mitigar este risco, a legislação permite que os trabalhadores solicitem às suas entidades empregadoras a manutenção de uma taxa de retenção superior. A partir de outubro, entrarão em vigor novas tabelas, com taxas superiores às de agosto e setembro, mas ainda assim inferiores às do primeiro semestre, estabilizando o valor líquido mensal num patamar intermédio.













