Considera que a medida, implementada durante o período da "troika", foi um "incentivo errado" que penaliza a poupança e o investimento em Portugal. Durante a sua intervenção na Universidade de Verão do PSD, Maria Luís Albuquerque identificou o aumento da taxa sobre rendimentos de capitais (juros, dividendos e rendas) como a medida que “não gostou nada de tomar” e que hoje, com as suas atuais responsabilidades, “ainda gosta menos”. Justificou a decisão original com o contexto de crise e a necessidade de aumentar impostos de forma generalizada por uma “questão de equidade e de justiça”. No entanto, sublinhou que, do ponto de vista da política fiscal, foi uma má decisão.

Para a comissária, Portugal “precisa de estimular a poupança e precisa de estimular a aplicação dessa poupança na economia”, e o aumento desta taxa representou o “incentivo errado”. A sua posição é reforçada pelo seu papel atual como Comissária Europeia responsável pela União da Poupança e dos Investimentos, onde tem recomendado aos Estados-membros a criação de contas de poupança acompanhadas de incentivos fiscais. As suas declarações, embora ressalvando que não pretende regressar ao cargo, reabrem o debate sobre a política de tributação de capital em Portugal e a sua adequação para fomentar o crescimento económico.