A medida, que visa refletir o alívio fiscal de 500 milhões de euros aprovado para 2025, tem um efeito imediato no rendimento líquido, mas acarreta implicações no acerto de contas com a Autoridade Tributária em 2026. A descida extraordinária das tabelas de retenção na fonte foi implementada pelo Governo para compensar os contribuintes pelo imposto retido em excesso entre janeiro e julho, antes da entrada em vigor das novas taxas de IRS mais baixas.
Esta compensação concentrada nos meses de agosto e setembro resultou num aumento substancial do rendimento líquido mensal para a maioria dos trabalhadores e pensionistas.
Por exemplo, salários brutos até 1.136 euros e pensões até 1.116 euros ficaram isentos de retenção nestes dois meses. Para rendimentos mais elevados, os ganhos foram significativos, com um trabalhador com um vencimento de 5.000 euros a receber mais 1.145 euros por mês.
Contudo, múltiplos especialistas e as próprias notícias alertam que este alívio é temporário e pode ter consequências na liquidação final do IRS em 2026.
A retenção na fonte funciona como um adiantamento ao Estado, e uma redução drástica agora pode significar um reembolso menor ou, em muitos casos, a necessidade de pagar imposto adicional. Simulações da consultora Ilya indicam que um trabalhador solteiro com um salário de 1.500 euros, que esperaria um reembolso de 249 euros, poderá ter de pagar 126 euros. A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, esclareceu que os contribuintes podem solicitar às suas entidades empregadoras a manutenção de uma taxa de retenção mais elevada para evitar este desfecho. A partir de outubro, as tabelas serão novamente ajustadas, com taxas superiores às de verão, mas ainda assim inferiores às praticadas no início do ano.













