Esta medida reflete a descida intercalar do imposto, mas alerta-se para a possibilidade de reembolsos mais baixos ou imposto a pagar em 2026.

A alteração fiscal aprovada pelo Parlamento, que reduziu as taxas do 1.º ao 8.º escalão de IRS, tem efeitos retroativos a janeiro de 2025. Para compensar os contribuintes pelo imposto retido a mais nos primeiros sete meses do ano, o Governo criou tabelas de retenção excecionalmente baixas para os meses de agosto e setembro. Consequentemente, os salários brutos até 1.136 euros e as pensões até 1.116 euros ficam isentos de retenção nestes dois meses. Para rendimentos superiores, as reduções são substanciais; por exemplo, um trabalhador com um salário de 2.500 euros, que descontava 502,97 euros, passará a descontar apenas 48,08 euros. A partir de outubro, entrarão em vigor novas tabelas, com taxas mais baixas que as do início do ano, mas mais altas que as de verão, estabilizando os descontos.

Contudo, especialistas e a Ordem dos Contabilistas Certificados alertam para o efeito desta medida na liquidação final do IRS em 2026. O aumento do rendimento líquido atual é, na prática, um adiantamento do que seria o reembolso ou uma redução do imposto a pagar no ano seguinte.

Assim, muitos contribuintes poderão enfrentar reembolsos significativamente menores ou mesmo a necessidade de pagar imposto adicional.

A legislação permite que os trabalhadores solicitem às suas entidades empregadoras a aplicação de uma taxa de retenção superior para mitigar este efeito.