Esta medida, que se estenderá a setembro, visa aplicar retroativamente a descida do imposto aprovada pelo Parlamento, mas alerta para possíveis acertos de contas em 2026. A descida intercalar do IRS, com reduções nas taxas do 1.º ao 8.º escalão, levou o Governo a implementar tabelas de retenção excecionais para agosto e setembro.

O objetivo é corrigir o valor retido a mais desde o início do ano.

Como resultado, salários até 1.136 euros e pensões até 1.116 euros ficam isentos de retenção nestes dois meses.

O alívio é transversal a todos os rendimentos, com simulações a indicarem ganhos líquidos mensais que podem ultrapassar os mil euros nos salários mais elevados.

No entanto, vários analistas e a Ordem dos Contabilistas Certificados alertam que este aumento é temporário e pode ser ilusório.

A retenção na fonte funciona como um adiantamento ao Estado, e a sua redução drástica agora poderá significar reembolsos menores ou mesmo a necessidade de pagar IRS em 2026, aquando da liquidação final.

A partir de outubro, entrarão em vigor novas tabelas, já sem o efeito retroativo, que continuarão a refletir a descida do imposto, mas com retenções superiores às de agosto e setembro. O Governo procedeu, inclusivamente, a uma correção destas tabelas de final de ano para ajustar a parcela a abater, resultando num desconto ligeiramente menor do que o inicialmente previsto para salários e pensões até 992 euros.