A descida intercalar do IRS, aprovada pelo Parlamento, resultou na publicação de novas tabelas de retenção na fonte, que proporcionam um aumento do rendimento líquido mensal dos trabalhadores e pensionistas. Contudo, o alívio mais acentuado em agosto e setembro, devido à aplicação de retroativos, poderá resultar em reembolsos menores ou mesmo imposto a pagar na liquidação final de 2026. As novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que vigoram até ao final do ano, refletem a redução das taxas do primeiro ao oitavo escalão do imposto. Para garantir que este desagravamento fiscal tem efeitos desde o início do ano, o Governo implementou um mecanismo de acerto retroativo. Consequentemente, as tabelas para agosto e setembro foram desenhadas para reter um valor de imposto excecionalmente baixo, compensando os montantes retidos a mais entre janeiro e julho.
Na prática, isto traduziu-se num aumento substancial do salário líquido nestes dois meses.
Por exemplo, um trabalhador solteiro sem filhos com um salário de 1.000 euros pagará menos 34 euros de imposto por ano. A partir de outubro, entrarão em vigor novas tabelas, já estabilizadas e sem o efeito retroativo, que continuarão a refletir a descida do imposto, mas de forma mais moderada. O Ministério das Finanças e especialistas alertam, no entanto, que este aumento da liquidez mensal poderá ter consequências na declaração de IRS de 2026.
Ao reter menos imposto ao longo de 2025, é provável que o reembolso anual seja menor do que o habitual para muitos contribuintes, podendo mesmo resultar num valor a pagar ao Estado, caso as retenções efetuadas se revelem insuficientes face ao imposto final devido.
Em resumoAs novas tabelas de retenção na fonte de IRS proporcionam um alívio imediato no rendimento disponível, especialmente nos salários de agosto e setembro devido ao acerto retroativo. No entanto, este efeito é temporário e os contribuintes devem estar cientes de que o acerto final em 2026 poderá ser menos favorável, com a possibilidade de reembolsos reduzidos ou da necessidade de pagar imposto adicional ao Estado.