Esta política fiscal está no centro do debate nacional, com o Governo a agendar a discussão da redução da taxa e as confederações patronais a exigirem um "choque fiscal" no Orçamento do Estado para 2026. Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre reformas fiscais revela que, em 2023 e 2024, mais jurisdições aumentaram as taxas de IRC do que as que as reduziram, invertendo uma tendência de descida das últimas duas décadas.

Este movimento é justificado por elevados níveis de endividamento, despesas crescentes com alterações climáticas, envelhecimento da população e, em alguns casos, defesa. Portugal, juntamente com a Áustria e o Luxemburgo, foi uma das três exceções, tendo aprovado a redução da taxa de IRC de 21% para 20%. A nível interno, o Governo agendou o debate parlamentar sobre a alteração ao código do IRC para 18 de setembro, sinalizando a intenção de prosseguir com a sua política de desagravamento fiscal. As confederações empresariais, como a CIP, CCP e CTP, manifestam-se confiantes na aprovação do OE2026 e apoiam ativamente a redução de impostos para as empresas. João Vieira Lopes, presidente da CCP, defende um "efetivo ‘choque fiscal’", que inclua não só a baixa da taxa nominal de IRC, mas também uma "redução significativa da parte constituída pelas chamadas tributações autónomas", que afetam todas as empresas, independentemente de terem lucro.

A CTP também concorda com a intenção do executivo de baixar progressivamente o imposto para 17% até 2028.