Em entrevista, afirmou que "o número de casos explodiu em Portugal", revelando que a delegação portuguesa da Procuradoria Europeia (EPPO) está a investigar 60 processos com um prejuízo estimado em 868 milhões de euros, valor que poderá ascender a mil milhões até ao final do ano.

A fraude ao IVA transfronteiriço, frequentemente perpetrada por grupos de crime organizado, é uma das principais preocupações.

Kovesi sublinhou a necessidade de reforçar os meios, solicitando às autoridades portuguesas a alocação de mais dois procuradores delegados à equipa nacional. A procuradora defendeu ainda que um maior investimento no combate a este tipo de criminalidade resultaria na recuperação de verbas significativas para o orçamento nacional, citando como exemplo os 75 milhões de euros já apreendidos em duas grandes operações que envolvem Portugal.

Paralelamente, a justiça portuguesa lida com casos concretos de evasão fiscal. Em Santa Maria da Feira, teve início o julgamento de seis arguidos (três empresários e três sociedades) acusados de um crime de fraude fiscal qualificada no setor da cortiça, que terá lesado o Estado em quase 400 mil euros. Os arguidos optaram por permanecer em silêncio no início do julgamento, evidenciando a complexidade e a morosidade do combate a estes crimes a nível nacional.