Foi aprovada na generalidade a proposta de lei do Governo que cria um regime de grupos de IVA, permitindo que empresas do mesmo grupo económico consolidem os seus saldos de imposto a pagar ou a recuperar junto do Estado. A iniciativa legislativa, que avançou com os votos a favor de PSD, CDS-PP, Chega e IL, e as abstenções de PS, Livre, PAN e JPP, introduz um novo modelo de tributação para grupos de empresas que mantenham entre si “estreitos vínculos financeiros, económicos e de organização”. O objetivo principal é otimizar a gestão de tesouraria das empresas, reduzir custos administrativos e de cumprimento fiscal.
Na prática, o regime assenta “na consolidação dos saldos do imposto a entregar ou a recuperar por parte dos membros de um grupo societário”. Esta consolidação será efetuada através de uma declaração de IVA específica, disponibilizada pela Autoridade Tributária e confirmada pela empresa dominante do grupo.
O Governo ressalva que esta alteração não afeta o funcionamento normal das empresas, que “continuam a apresentar as respetivas declarações periódicas, apurando o respetivo saldo, credor ou devedor, que é depois relevado na declaração do grupo”. O Ministro das Finanças, Miranda Sarmento, defendeu que a medida trará uma “maior eficiência na gestão de tesouraria, permitindo uma alocação mais eficaz dos recursos financeiros das empresas”.
A proposta foi desenvolvida tendo em conta a experiência adquirida com o regime de grupos em IRC e os contributos do “Fórum dos Grandes Contribuintes”.
Em resumoA aprovação do novo regime de grupos de IVA representa uma modernização fiscal que visa simplificar a gestão de tesouraria e reduzir os custos administrativos para grandes grupos empresariais. A medida, que consolida os saldos de IVA a nível do grupo, foi viabilizada por uma maioria de centro-direita, alinhando a legislação do IVA com práticas já existentes no IRC.