A iniciativa, formalizada numa carta aberta dirigida ao Governo e à Assembleia da República na antecâmara da preparação do Orçamento do Estado para 2026, visa estimular o crescimento económico e aumentar a competitividade do país.

A proposta para o IRS sugere uma “reconfiguração urgente do ‘IRS até 1,5 vezes o salário médio nacional para libertar a vontade de 60% dos portugueses quererem crescer’”, o que na prática significaria a eliminação dos escalões que atualmente abrangem rendimentos coletáveis até 28.400 euros anuais. A BRP justifica a medida como uma forma de “quebrar a armadilha de pobreza”, argumentando ser “imoral” que “o Estado fica com 62% do aumento salarial de quem ousa escapar do salário mínimo nacional”. No que diz respeito ao IRC, a associação defende “acabar com o sistema progressivo” através da extinção da derrama estadual, uma sobretaxa aplicada aos lucros acima de 1,5 milhões de euros. O objetivo é contrariar a tendência que leva Portugal a ter “menos 41% de grandes empresas do que a média da UE”. A proposta surge num contexto político complexo; o programa do Governo prevê apenas uma “atenuação gradual da progressividade do imposto via derrama estadual” e uma iniciativa da Iniciativa Liberal para eliminar o primeiro escalão da derrama foi recentemente chumbada no parlamento com os votos de PSD, CDS-PP, PS, Livre e PCP, o que indica um caminho difícil para a aceitação integral desta reforma.