Uma comissão de peritos, presidida pelo fiscalista Rogério Fernandes Ferreira, entregou ao Governo um relatório com cerca de 90 propostas para a revisão do processo e procedimento tributário, visando um sistema mais célere, simples e com maiores garantias para os contribuintes. O Governo já sinalizou a intenção de avançar com uma reforma baseada neste trabalho, considerando-a uma "prioridade estratégica". Entre as propostas mais destacadas está a fixação de um prazo máximo absoluto de 20 anos para a prescrição de dívidas fiscais, mesmo com interrupções, pondo fim à potencial perpetuação de dívidas. Outra medida de grande impacto é a obrigatoriedade de a Autoridade Tributária (AT) notificar o ato de penhora ao executado, algo que atualmente não está expressamente previsto na lei.
A comissão sugere ainda que a AT passe a comunicar por 'email' ou telefone sempre que disponibiliza notificações ou citações oficiais no Portal das Finanças, para evitar que os contribuintes as percam. O relatório propõe também que a AT possa ser condenada por litigância de má-fé e que o prazo para a execução de decisões judiciais seja uniformizado em 90 dias. O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que o objetivo é assegurar uma "resolução célere e justa dos litígios fiscais", o que considera essencial para a competitividade e para atrair investimento.
O presidente da comissão, Rogério Fernandes Ferreira, clarificou que a abordagem foi de "intervenções 'cirúrgicas' em vez de reformas radicais", por considerar que o sistema atual "tem funcionado bem".
Em resumoUm relatório de peritos estabeleceu um roteiro detalhado para a modernização da justiça fiscal em Portugal, com propostas concretas para limitar a prescrição de dívidas, melhorar a comunicação com os contribuintes e acelerar processos. O Governo acolheu positivamente as sugestões, comprometendo-se a reformar a área para aumentar a eficiência e a confiança no sistema.