Estas reivindicações, apresentadas na antecâmara da discussão do Orçamento do Estado para 2026, pressionam o Governo a ir além das reduções já anunciadas.

A Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que reúne 142 líderes de grandes empresas, avançou com uma proposta radical: a eliminação dos primeiros cinco escalões do IRS, que atualmente abrangem rendimentos coletáveis até 28.400 euros anuais.

A BRP justifica a medida como essencial para “quebrar a armadilha de pobreza” e incentivar o crescimento salarial, classificando como “imoral” o facto de “o Estado fica[r] com 62% do aumento salarial de quem ousa escapar do salário mínimo nacional”.

No que diz respeito ao IRC, a associação defende o fim do sistema progressivo através da eliminação da derrama estadual, argumentando que a estrutura atual contribui para que Portugal tenha “menos 41% de grandes empresas do que a média da UE”. Paralelamente, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) concentrou as suas propostas nas PME, sugerindo que a taxa reduzida de IRC de 15% seja aplicada aos primeiros 100.000 euros de lucro, duplicando o atual teto de 50.000 euros.

A CCP pede também uma redução adicional das tributações autónomas sobre viaturas.

Estas propostas refletem um consenso no setor empresarial de que a carga fiscal em Portugal continua a ser um obstáculo ao investimento e à retenção de talento.