Numa tentativa de dinamizar o mercado imobiliário e combater a crise habitacional, o Governo aprovou a redução da taxa de IVA de 23% para 6% na construção e reabilitação de imóveis. A medida, classificada pelo primeiro-ministro como uma "política de choque", abrange habitações para venda e arrendamento, mas estabelece tetos máximos de valor. O novo regime fiscal, que vigorará até 2029, aplica-se à construção de casas para venda com um valor até 648.000 euros e à construção ou reabilitação de imóveis destinados a arrendamento com rendas até 2.300 euros mensais, um valor que o Governo designa como "renda moderada".
A medida abrange também a autoconstrução, desde que o valor final do imóvel se enquadre no mesmo limite.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, justificou a iniciativa como uma forma de “abanar o mercado de construção e arrendamento”, com o objetivo de aumentar a oferta de habitação a preços mais acessíveis em todo o território nacional.
A redução do IVA era uma reivindicação antiga do setor da construção.
Associações como a AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) e a APPII (Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários) reagiram de forma positiva, sublinhando, no entanto, a necessidade de uma aplicação “célere e eficaz”. O principal desafio será garantir que a descida do imposto se reflete no preço final para o consumidor e não apenas num aumento das margens de lucro dos promotores, uma preocupação partilhada por vários analistas do setor.
Em resumoA redução do IVA na construção para 6% é a medida central do novo pacote de habitação do Governo, visando aumentar a oferta de casas a preços moderados. A iniciativa, que inclui limites de valor e se estende à autoconstrução, foi bem recebida pelo setor, mas o seu sucesso dependerá da rápida implementação e da sua capacidade de efetivamente baixar os preços para o consumidor final.