Esta abordagem, no entanto, não está isenta de críticas.

A Iniciativa Liberal, pela voz de Mariana Leitão, considera as descidas de impostos “residuais” e insuficientes para aliviar a carga sobre as famílias e estimular a economia. Em contraste, a Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que representa 142 líderes de grandes empresas, apresentou uma proposta mais radical: a eliminação dos primeiros cinco escalões de IRS e o fim da derrama estadual sobre o IRC, argumentando que o sistema atual cria uma “armadilha de pobreza”.

A Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), através da sua bastonária, Paula Franco, adota uma posição mais moderada.

Embora apoie a descida do IRC, sublinha a importância de garantir o “equilíbrio das contas públicas”, afirmando que “se calhar não se pode fazer tudo uma vez”.

A discussão em torno do OE2026 evidencia, assim, a tensão entre a prudência orçamental do Governo, que visa manter excedentes, e a pressão de vários setores da sociedade por um alívio fiscal mais significativo para impulsionar o crescimento e o rendimento disponível.