Esta abordagem foi detalhada pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que afirmou que a proposta orçamental deverá ser "apenas um documento que estabelece os tetos da despesa e as previsões da receita".

Segundo o ministro, as mexidas fiscais no OE2026 limitar-se-ão a "basicamente atualizar o artigo 68 do Código de IRS, os escalões, e atualizar os escalões do IMT". Esta estratégia visa separar os debates sobre política fiscal do processo orçamental, permitindo que o Parlamento discuta as opções fiscais de forma isolada, como já aconteceu com as recentes descidas de IRS e IRC. Uma das medidas fiscais já garantidas para 2026 é uma nova redução do IRS, aprovada em julho de 2025. O diploma vincula o Governo a propor no OE2026 uma redução adicional de 0,3 pontos percentuais nas taxas marginais do 2.º ao 5.º escalão. Com esta alteração, a taxa do segundo escalão passará para 15,7%, a do terceiro para 21,2%, a do quarto para 24,1% e a do quinto para 31,1%.

O Orçamento parte já com um impacto de medidas permanentes de 4.449 milhões de euros, incluindo 325 milhões de euros relativos a atualizações no IRS e 300 milhões pela redução do IRC.