Numa carta enviada ao Ministério das Finanças, Bruxelas instou o executivo a tomar “ações concretas” para terminar com o apoio, argumentando que este funciona como um “subsídio aos combustíveis fósseis” e não está alinhado com as recomendações do Conselho Europeu para reduzir a dependência destes produtos.

O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, admitiu que “vai ser necessário fazer ajustamentos”, mas defendeu que estes devem ser graduais e ocorrer em momentos de baixa dos preços para não onerar os cidadãos. A EPCOL, associação que representa as empresas petrolíferas, contrapõe que o ISP em Portugal já está “acima dos mínimos exigidos” pela diretiva europeia e que a sua fixação é uma competência nacional. A associação salienta ainda que o imposto em Portugal “é muito superior ao de Espanha e qualquer subida agravará o diferencial de preços”. Neste sentido, o co-CEO da Galp, João Diogo Silva, alertou que um aumento do imposto poderia levar mais consumidores a abastecer no país vizinho, resultando numa perda de receita fiscal para o Estado português que poderia ser superior ao ganho com a subida do ISP. A situação é agravada pela potencial subida da taxa de carbono, que também incide sobre os combustíveis.