Esta conclusão sublinha o papel crucial dos imigrantes no equilíbrio demográfico e orçamental do país face ao envelhecimento da população.

Um estudo de economistas da Nova SBE e da Universidade de Estocolmo, intitulado "Os Custos de Construir Muros", revela que Portugal seria o país da Zona Euro mais penalizado por uma política de imigração zero. Num cenário sem novas entradas de imigrantes, a carga fiscal teria de aumentar dos atuais 35,2% para 43,1% do PIB, o que se traduziria num custo adicional de aproximadamente 1.700 euros por ano para cada contribuinte. A principal razão para este impacto severo é demográfica: a combinação de baixa natalidade e aumento da esperança de vida resulta numa diminuição da população ativa que financia um número crescente de pensionistas e despesas com saúde.

Os imigrantes, sendo em média mais jovens, contribuem de forma líquida para as finanças públicas, pagando mais impostos e contribuições do que os recursos que consomem. Outro estudo, de três economistas portugueses, corrobora esta análise, projetando que, para manter o equilíbrio orçamental, os impostos em Portugal teriam de aumentar 15,1% com os atuais fluxos migratórios.

Sem imigração, esse aumento dispararia para 21,5%.

As projeções do INE também apontam para um futuro demográfico desafiante: no cenário central, Portugal perderá 2,4 milhões de residentes até 2100, e o índice de dependência de idosos passará de 30 para 73 idosos por cada 100 pessoas em idade ativa. Estes dados reforçam a ideia de que, sem o contributo da imigração, será inevitável um aumento significativo de impostos para sustentar o Estado social.