Contudo, as principais confederações empresariais consideram o alívio insuficiente e apelam a reformas mais ambiciosas para aumentar a competitividade do país.

A proposta do Governo, já aprovada na generalidade no Parlamento, prevê uma descida da taxa geral de IRC de 21% para 20% em 2025 e para 19% em 2026, com o objetivo de atingir os 17% até ao final da legislatura. Adicionalmente, a taxa para PMEs sobre os primeiros 50.000 euros de matéria coletável será reduzida de 16% para 15%.

Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), acolhe a medida como um "sinal positivo", mas sublinha que "não esquecemos que continuamos a ter a tributação mais elevada da Europa".

A CIP defende que a taxa deveria baixar para 18% já em 2026.

Uma proposta mais disruptiva vem da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que, numa carta aberta assinada por 142 líderes empresariais, defende "acabar com o sistema progressivo" do IRC. A BRP propõe a eliminação da derrama estadual, uma sobretaxa aplicada a empresas com lucros superiores a 1,5 milhões de euros, argumentando que esta penaliza o crescimento e é responsável por Portugal ter "menos 41% de grandes empresas do que a média da UE". O programa do Governo prevê apenas uma "atenuação gradual" da derrama, e uma proposta da Iniciativa Liberal para a sua eliminação foi recentemente chumbada no Parlamento, indicando que, para já, esta reforma mais profunda não tem apoio maioritário.