O apelo por uma menor carga fiscal é transversal a quase todos os setores da economia portuguesa.

A Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que representa grandes empresas, defende a eliminação dos primeiros cinco escalões de IRS e o fim da derrama estadual no IRC. No mesmo sentido, a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) propõe a extinção do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI) e a criação de um “Código Único Fiscal que consolide e clarifique regimes dispersos”.

Setores específicos também apresentaram cadernos de encargos detalhados.

A indústria do turismo, através da ANAV e da APAVT, pede benefícios fiscais para investimentos em digitalização, uma taxa de IVA reduzida para comissões e a criação de subsídios para estimular viagens internas. A restauração e hotelaria (AHRESP) reivindica a aplicação da taxa intermédia de IVA a todas as bebidas e a dedução de IVA em despesas de alojamento e refeições. A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) propõe a isenção fiscal das ajudas da Política Agrícola Comum (PAC), a redução do IVA sobre produtos como o presunto e a isenção de IRS e Segurança Social para horas extraordinárias. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) foca-se na simplificação administrativa e na revisão da Taxa de Segurança Alimentar Mais (TSAM).

Em suma, o tecido empresarial argumenta que um sistema fiscal mais leve e simples é crucial para libertar recursos para investimento, inovação e aumento da produtividade, considerando as atuais obrigações um “tormento para os portugueses”, como refere Virgílio Macedo, bastonário da OROC.