As propostas, que abrangem desde a redução transversal do IRC e IRS até medidas setoriais específicas, refletem uma preocupação profunda com a competitividade da economia portuguesa e a captação de investimento. A Associação Empresarial de Portugal (AEP) defende que a economia precisa de “uma dose de aventura” com menos impostos, argumentando que a complexidade fiscal do país “retrai captação de investimento direto estrangeiro”. Em linha com esta visão, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Associação Business Roundtable Portugal (BRP), que reúne 43 grandes empresas, pedem medidas ambiciosas. A BRP propõe a eliminação dos primeiros cinco escalões de IRS e o fim da derrama estadual no IRC, defendendo que o sistema atual condena o país “a ter menos 41% de grandes empresas do que a média da UE”.
A descida do IRC é um ponto consensual, com a AEP a apoiar a meta de 15% até 2028 e a CIP a defender uma redução para 18% já em 2026.
Setores específicos também apresentaram as suas reivindicações.
A AHRESP (hotelaria e restauração) pede a aplicação da taxa intermédia de IVA a todas as bebidas e a revisão dos escalões de IRS.
A Acibev (vinhos e espirituosas) defende a manutenção da isenção fiscal para o vinho.
A par da redução de impostos, a simplificação é outra exigência central. O bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), Virgílio Macedo, defende a criação de um “Código Único Fiscal que consolide e clarifique regimes dispersos” e a extinção do AIMI, que considera “fortemente desencorajador à realização de investimentos”.













