Com esta alteração, as taxas destes escalões passarão a ser de 15,7%, 21,2%, 24,1% e 31,1%, respetivamente.
Por outro lado, os limites de rendimento de todos os escalões serão atualizados em 3,51%, valor apurado através de uma fórmula automática que combina a inflação e a produtividade, e que foi oficializado por portaria governamental. O ponto de maior controvérsia reside na discrepância entre esta atualização e o referencial de 4,6% para os aumentos salariais no setor privado, acordado em Concertação Social. Vários fiscalistas alertam que esta diferença poderá resultar num agravamento da carga fiscal efetiva para os trabalhadores que recebam aumentos superiores a 3,51%, pois correm o risco de transitar para um escalão de tributação superior. O fiscalista Ricardo Reis, da Deloitte, afirmou que, com esta configuração, “a carga fiscal vai aumentar, uma vez que acordo tripartido assinado em Concertação Social determina uma atualização salarial de 4,6% no próximo ano”.
Embora o Governo se tenha comprometido no acordo social a “assegurar a neutralidade fiscal das atualizações”, a proposta atual não garante esse princípio.
Simulações realizadas pela consultora EY indicam que, ainda assim, haverá uma poupança líquida para vários perfis de contribuintes, que pode variar entre cerca de 58 euros anuais para um solteiro com um salário de 1.500 euros e mais de 200 euros para quem aufere 3.000 euros mensais.













