O Governo prossegue a sua estratégia de redução da tributação sobre os lucros empresariais, confirmando na proposta de OE2026 a descida da taxa geral de IRC para 19%. A medida, negociada e aprovada na generalidade fora do documento orçamental principal, é vista como um instrumento para estimular a competitividade e o investimento, embora implique uma quebra de receita fiscal estimada em cerca de 200 milhões de euros para o próximo ano. A redução da taxa de 20% para 19% em 2026 insere-se numa trajetória plurianual que visa atingir os 17% em 2028.
O Governo justifica a medida como “um instrumento determinante no aumento da produtividade das empresas, influenciando diretamente a sua competitividade e a sua capacidade de investir, inovar e remunerar melhor os seus trabalhadores”.
Para as micro, pequenas e médias empresas (PME), está prevista uma taxa de 15% sobre os primeiros 50.000 euros de lucro já em 2026. Apesar da descida da taxa, o impacto total da medida é estimado em 300 milhões de euros, mas a receita líquida de IRC deverá diminuir 199 milhões de euros.
Associações empresariais como a Business Roundtable Portugal (BRP) e a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) consideram a medida um passo na direção certa, mas insuficiente, lamentando que o OE2026 não tenha avançado com a baixa das tributações autónomas ou uma revisão das derramas, que consideram penalizadoras do crescimento das empresas.
Em resumoA redução do IRC para 19% em 2026 materializa uma das principais promessas do Governo para dinamizar a economia, com um custo fiscal assumido. A medida é bem recebida pelo tecido empresarial, que, no entanto, continua a reivindicar uma reforma fiscal mais ambiciosa que abranja outras formas de tributação sobre as empresas.