O Governo propõe uma redução de 0,3 pontos percentuais nas taxas de IRS entre o segundo e o quinto escalão, uma medida com um impacto orçamental estimado em 110 milhões de euros. Adicionalmente, os escalões de rendimento serão atualizados em 3,5%, um valor acima da inflação prevista de 2,1% para 2026, com o objetivo de mitigar o efeito do aumento dos salários na carga fiscal. A secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, destacou a “atualização dos escalões de IRS conforme fórmula aprovada e que acompanhe a inflação” como uma das medidas centrais. O mínimo de existência também será revisto para 12.880 euros, assegurando que quem aufere o novo salário mínimo nacional de 920 euros mensais continue isento de IRS. No entanto, a atualização dos escalões em 3,51% fica abaixo da meta de aumento salarial de 4,6% acordada em concertação social, o que, segundo algumas análises, poderá levar a um agravamento fiscal para contribuintes com aumentos superiores a esse limiar. O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, contrapôs, afirmando que “a esmagadora maioria dos casos, mesmo quem recebe aumentos acima de 3,5% terá desagravamento fiscal, seja pelos escalões, seja pelas taxas”.

Simulações indicam que as poupanças anuais podem variar entre 57 euros para rendimentos mais baixos e perto de 700 euros para casais com salários mais elevados.