O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, garantiu no Parlamento que os apoios sociais atualmente isentos de IRS, como o abono de família ou o subsídio de desemprego, continuarão a não ser tributados no âmbito da futura “noção sintética de rendimento” que o Governo pretende introduzir. A clarificação surge após o PS ter chamado o ministro a uma audição para explicar o impacto desta medida prevista no Programa de Governo. O Programa de Governo prevê “introduzir uma noção sintética e abrangente de rendimento sujeito a IRS, que corrija as injustiças e subtributações”. Esta formulação gerou preocupações sobre a possibilidade de alargar a base de incidência do imposto a prestações sociais.
Confrontado pelo deputado do PS Miguel Costa Matos, o ministro foi perentório: “Se nós vamos tributar prestações sociais não contributivas? Não, não vamos. Não haverá tributação de prestações sociais não contributivas que hoje não pagam IRS”. Sarmento reforçou que, “com este Governo continuarão a não pagar IRS”.
O ministro assegurou ainda que indemnizações por “infortúnio”, como as decorrentes de lesão corporal, doença ou morte, também permanecerão isentas. Questionado sobre outros rendimentos como prémios literários, bolsas desportivas ou compensações a bombeiros voluntários, o ministro afirmou que “não está nos planos do Governo fazer alterações a incidência de IRS” e que qualquer mudança seria sempre da competência final do Parlamento.
Miranda Sarmento explicou que a ideia de uma noção sintética de rendimento visa, por exemplo, abranger “desenvolvimentos tecnológicos”, dando como exemplo a tributação de criptoativos, introduzida em 2023.
Em resumoO ministro das Finanças clarificou que a reforma da noção de rendimento em IRS não resultará na tributação de apoios sociais ou indemnizações atualmente isentas. A garantia, dada em audição parlamentar, visa dissipar as preocupações geradas pela intenção do Governo de criar um conceito de rendimento mais abrangente para corrigir “injustiças e subtributações”.