O parlamento aprovou a criação de um novo regime de grupos de IVA, uma medida que permitirá aos grupos económicos consolidar os valores do imposto a pagar ou a receber do Estado. A proposta de lei do Governo, que entrará em vigor para os períodos de IVA a partir de 1 de julho de 2026, foi viabilizada em votação final global com o apoio de PSD, CDS-PP, Chega e IL, e a abstenção do PS, Livre, PAN e JPP. Este novo modelo destina-se a grupos de empresas com “estreitos vínculos financeiros, económicos e de organização”, permitindo que a entidade dominante consolide os saldos de IVA de todas as empresas do grupo numa única declaração. Segundo o texto da proposta, as empresas continuarão a submeter as suas declarações periódicas individuais, apurando os respetivos saldos, mas o acerto final com a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) será feito de forma agregada.
O Governo esclarece que “a consolidação assim operada não afeta o funcionamento normal das atividades dos sujeitos passivos integrantes do grupo em sede de IVA”. A medida foi desenvolvida tendo em conta a experiência do regime de tributação de grupos em IRC e os contributos do “Fórum dos Grandes Contribuintes”, um grupo de diálogo entre a AT e as maiores empresas nacionais. A aprovação do diploma foi célere, tendo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgado a lei no mesmo dia da sua votação final no parlamento.
A implementação deste regime é vista como um passo para a simplificação fiscal e otimização da gestão de tesouraria dos grandes grupos económicos, alinhando Portugal com práticas já existentes noutros países europeus.
Em resumoA aprovação do regime de grupos de IVA, com entrada em vigor em meados de 2026, permitirá a consolidação do imposto para grupos empresariais, simplificando as suas obrigações fiscais e gestão de tesouraria. A medida, desenvolvida em diálogo com grandes empresas, foi rapidamente promulgada e reflete uma aposta na modernização do sistema fiscal corporativo.