O presidente da EDIA, José Pedro Salema, argumenta que as barragens são "infraestruturas que estão no domínio público, geridas por uma empresa pública", pelo que "não fará muito sentido o Estado cobrar imposto a si próprio".

Salema alertou ainda que, caso a empresa seja obrigada a pagar, poderá ter de refletir o custo nos preços dos serviços cobrados aos agricultores.

Em paralelo com esta disputa judicial, o Governo está a preparar um projeto de lei para alterar o Código do IMI, clarificando que os centros eletroprodutores de energias renováveis, incluindo barragens, parques eólicos e centrais solares, se enquadram no conceito de prédios sujeitos a imposto. A proposta prevê a definição de regras concretas para a determinação do seu valor patrimonial tributário (VPT) e estabelece que a responsabilidade pelo pagamento recai sobre as empresas concessionárias. Esta iniciativa legislativa foi recebida com duras críticas pelo Movimento Cultural Terras de Miranda, que acusa o Governo de "capitular" perante as empresas elétricas e de permitir um "apagão fiscal", ao deixar no vazio as avaliações e liquidações feitas até ao momento.