Para além das medidas de curto prazo, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, anunciou um plano para continuar a desagravar o imposto até ao final da legislatura. Para 2026, as medidas concretizam-se na redução das taxas em 0,3 pontos percentuais entre o 2.º e o 5.º escalão e na atualização dos escalões de rendimento em 3,51%. Esta atualização, contudo, fica abaixo do aumento salarial de 4,6% previsto no acordo de concertação social, o que, na prática, poderá resultar num agravamento da carga fiscal para contribuintes cujos rendimentos subam acima dos 3,51%, um fenómeno conhecido como sobretaxa de IRS implícita. O Governo, no entanto, argumenta que a conjugação da atualização dos escalões com a redução das taxas resultará em “neutralidade fiscal” para aumentos até 4,6%. A visão do Executivo estende-se para além de 2026, com o ministro das Finanças a anunciar um plano ambicioso: “Vamos em 2027, 2028 e 2029 continuar com o ritmo próximo dos 500 milhões em cada ano e, portanto, procurando continuar a desagravar a carga fiscal das famílias”. Este plano visa cumprir a promessa eleitoral de uma redução total de 2.000 milhões de euros no IRS até ao final da legislatura, sinalizando uma política fiscal focada na devolução de rendimentos, embora com um impacto gradual e sujeito às dinâmicas salariais e da inflação.