O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assegurou que a reversão será feita “da forma o mais gradual possível, de forma a não ter impacto no preço final da gasolina e do gasóleo”.

A estratégia do Executivo passa por aproveitar “momentos de redução de preço” nos mercados internacionais para retirar o apoio fiscal, neutralizando assim o efeito na bomba.

No entanto, a medida é politicamente sensível.

O Chega usou o fim do desconto como uma das principais razões para votar contra o Orçamento do Estado, acusando o Governo de “dar com uma mão e tirar com a outra”, ao compensar a descida do IRS com um potencial aumento nos combustíveis. A dimensão fiscal da medida é significativa: segundo as estimativas do Conselho das Finanças Públicas (CFP), a eliminação total do desconto no ISP, juntamente com a atualização da taxa de carbono, poderia gerar uma receita adicional para o Estado de 1.132 milhões de euros em 2026. Este valor evidencia a pressão orçamental por trás da decisão, que coloca o Governo a equilibrar as exigências de Bruxelas, a necessidade de receita e a promessa de não agravar os custos para os cidadãos.