A proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) inclui a aplicação da taxa reduzida de IVA de 6% à produção de azeite, uma alteração que, segundo o Ministro da Agricultura, resulta de uma interpretação da Autoridade Tributária (AT) e não de uma nova iniciativa política. Atualmente, o serviço de transformação da azeitona é tributado à taxa máxima de 23%. Numa audição parlamentar, o ministro José Manuel Fernandes esclareceu que a mudança se deve a "um erro, que resulta da transposição de uma diretiva para a redução da carga fiscal". Segundo o governante, a AT interpretou que a referida diretiva europeia é aplicável ao serviço de transformação do azeite, alargando assim o âmbito da taxa reduzida. O próprio azeite, enquanto produto final, já beneficiava da taxa de 6%, tal como outros produtos agrícolas. A legislação do IVA já abrangia prestações de serviços em "atividades de produção agrícola", incluindo a transformação de produtos pelo próprio agricultor.
No entanto, a transformação da azeitona não estava explicitamente tipificada nesse enquadramento.
Com a nova interpretação da AT, a produção de azeite passa a ser formalmente incluída na lista de serviços com IVA a 6%.
O ministro admitiu a complexidade da situação, afirmando que "há uma dificuldade para se ter uma solução no momento atual".
Esta foi a única alteração proposta pelo executivo de Luís Montenegro na área do IVA no âmbito do OE2026.
Em resumoA aplicação da taxa de IVA de 6% à produção de azeite, prevista no OE2026, não é uma nova política fiscal, mas sim a consequência de uma reinterpretação de uma diretiva europeia pela Autoridade Tributária, classificada pelo Ministro da Agricultura como um "erro" de transposição.