O alerta visa garantir a sustentabilidade orçamental a longo prazo, num contexto em que o FMI elogia o "desempenho económico notável" do país desde a pandemia.

Numa resposta enviada à agência Lusa, o FMI declarou que “manter o impulso orçamental para além de 2026 exigirá medidas para compensar os recentes cortes nos impostos sobre o rendimento das pessoas singulares [IRS] e das empresas [IRC], que terão um efeito duradouro no equilíbrio orçamental”.

A instituição detalhou as medidas que considera necessárias, incluindo “a redução das isenções fiscais, a melhoria da eficiência da despesa pública e a resposta às pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população”.

As previsões do FMI são mais pessimistas que as do Governo, antecipando um excedente de 0,2% do PIB em 2025 e um saldo nulo em 2026, enquanto a maioria das instituições aponta para um défice no próximo ano. Apesar do alerta, o FMI destacou o desempenho de Portugal, que alcançou “um forte crescimento – acima da média da zona euro – e, ao mesmo tempo, uma redução impressionante da dívida pública em cerca de 45% do PIB”.

Para preservar esta solidez, o organismo sugeriu reformas adicionais, como “eliminar os desincentivos à expansão das empresas – por exemplo, o imposto progressivo sobre o rendimento das empresas [IRC]” e “simplificar a burocracia”.