Para manter o equilíbrio das contas públicas para além de 2026, a instituição sugere a redução das isenções fiscais e a melhoria da eficiência da despesa pública. Numa resposta à agência Lusa, o FMI destacou que, para “manter o impulso orçamental”, Portugal terá de tomar medidas que incluam também uma resposta às “pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população”. Apesar de elogiar o “desempenho económico notável” do país desde a pandemia, com um forte crescimento e uma “redução impressionante da dívida pública”, o FMI apresenta previsões mais pessimistas que as do Governo, antecipando um saldo nulo para o próximo ano, enquanto a maioria das instituições já aponta para um défice. Para preservar a solidez orçamental, o FMI defende a implementação de reformas estruturais que eliminem desincentivos ao crescimento das empresas, como o IRC progressivo, e que melhorem o acesso ao financiamento e a simplificação da burocracia. A instituição reconhece ainda o “papel importante” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no investimento público, notando que Portugal alcançou uma taxa de desembolso acima da média da União Europeia.

Este alerta surge numa altura em que o FMI adverte para o risco de a dívida pública na Europa poder duplicar nos próximos 15 anos sem uma ação política imediata.