O Governo anunciou a intenção de aplicar retroativamente a redução do IVA na construção de 23% para 6%, uma medida destinada a evitar a paralisação do setor. A proposta surge em resposta aos alertas de associações de promotores e construtores imobiliários. Associações setoriais como a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) e a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) alertaram que a demora na implementação da descida do IVA poderia levar a uma paragem de vários meses na construção habitacional, uma vez que os agentes do mercado aguardariam pela entrada em vigor da taxa mais baixa.
Em resposta a esta preocupação, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, clarificou a posição do executivo.
Durante a XIII Semana da Reabilitação Urbana, o ministro afirmou que “a intenção do Governo, aquilo que colocamos como alteração legislativa, é colocar antes”. Explicou que o período “de discussão com a Assembleia da República não contará para a entrada em vigor do regime”, o que significa que a proposta legislativa visa “retroagir ao momento da nossa decisão”. Esta abordagem pretende dar um sinal de confiança ao mercado para que não interrompa a sua atividade. Miguel Pinto Luz adiantou ainda que, no que diz respeito ao IVA reduzido em projetos de arquitetura, a diretiva europeia limita a sua aplicação a projetos de “affordable housing [habitação acessível]”. O ministro espera que a medida entre em vigor até ao primeiro trimestre de 2026, após a conclusão do processo orçamental.
Em resumoPara evitar a estagnação do setor da construção, o Governo propôs que a redução do IVA de 23% para 6% tenha efeito retroativo à data da decisão governamental, e não da aprovação parlamentar. A medida, que visa dar confiança ao mercado, deverá entrar em vigor no primeiro trimestre de 2026.