Para manter o equilíbrio das contas públicas a longo prazo, o organismo sugere a redução de isenções fiscais e uma maior eficiência na despesa pública. Numa resposta enviada à agência Lusa, o FMI alertou que “manter o impulso orçamental para além de 2026 exigirá medidas para compensar os recentes cortes nos impostos sobre o rendimento das pessoas singulares [IRS] e das empresas [IRC], que terão um efeito duradouro no equilíbrio orçamental”. Para tal, a instituição defende que “estas medidas devem incluir a redução das isenções fiscais, a melhoria da eficiência da despesa pública e a resposta às pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população”.

Apesar do alerta, o FMI elogiou o “desempenho económico de Portugal desde a pandemia”, que considerou “notável”.

A instituição destacou o “forte crescimento – acima da média da zona euro – e, ao mesmo tempo, uma redução impressionante da dívida pública em cerca de 45% do PIB”.

As projeções do FMI apontam para a continuação destas tendências, incluindo a manutenção de um pequeno excedente orçamental no próximo ano.

Para “preservar a solidez orçamental e promover o crescimento sustentável”, o FMI aconselha ainda Portugal a “avançar com reformas para eliminar os desincentivos à expansão das empresas – por exemplo, o imposto progressivo sobre o rendimento das empresas [IRC]”, bem como a melhorar o acesso ao financiamento e a simplificar a burocracia.