Bruxelas tem vindo a insistir na reversão gradual da medida, implementada em 2022 para mitigar o impacto da crise energética, mas o executivo português adia uma decisão final, priorizando a estabilidade dos preços para os consumidores. O comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, confirmou que o Governo português não indicou uma data para o fim do apoio, mas reiterou o apelo de Bruxelas: "Estamos a apelar ao Governo para que elimine gradualmente essa medida de apoio energético". Em resposta, o Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assegurou que, embora a pressão exista, a Comissão Europeia "para já, não impôs nenhuma data, nenhum calendário".

O governante garantiu que a reversão do desconto será "o mais gradual possível" e não está contemplada na proposta de Orçamento do Estado para 2026. A estratégia do Governo passa por aproveitar "momentos de redução de preço" do petróleo no mercado internacional para retirar o apoio de forma faseada, evitando assim um aumento súbito nos preços da gasolina e do gasóleo para os consumidores finais. Atualmente, o apoio traduz-se numa redução de 13,2 cêntimos por litro na gasolina e de 11,7 cêntimos no gasóleo. Segundo estimativas do Conselho das Finanças Públicas, a eliminação total deste desconto, juntamente com a atualização da taxa de carbono, poderia gerar uma receita fiscal adicional de 1.132 milhões de euros para o Estado.