A iniciativa gerou um intenso debate político sobre a gestão da carga fiscal e o combate ao custo de vida.

A proposta socialista, uma das suas bandeiras eleitorais, visava garantir que a receita adicional proveniente da eliminação do desconto no ISP, estimada entre 604 milhões e 1,13 mil milhões de euros, fosse “integralmente aplicada na redução do IVA sobre os bens alimentares essenciais”. O deputado do PS, Carlos Pereira, argumentou que a decisão sobre o destino destas verbas deveria caber ao Parlamento e não a “uma qualquer portaria” do Governo, de modo a proteger o poder de compra das famílias. Em contrapartida, a deputada social-democrata Adriana Rodrigues criticou o que descreveu como um “duplo mortal à retaguarda” do PS, acusando o partido de hipocrisia por, enquanto oposição, propor uma medida que contrariava a sua própria política de redução gradual do desconto quando estava no Governo.

A proposta foi chumbada com os votos contra de PSD, CDS, Chega e IL, a abstenção de Livre, PCP e BE, e os votos favoráveis apenas de PS e PAN. Uma proposta similar do Chega, que não estava condicionada ao fim do desconto no ISP, também foi rejeitada, consolidando a oposição da maioria de direita a uma nova isenção de IVA nos alimentos para 2026.