Municípios como Lagos, Mealhada, Anadia e Cantanhede aprovaram pacotes fiscais que abdicam de uma parte significativa da receita potencial. Em Lagos, a autarquia manterá a taxa de IMI no limiar mínimo de 0,3%, não aplicará a taxa variável no IRS (prescindindo de mais de um milhão de euros) e não cobrará derrama às empresas (abdicando de uma receita estimada de 2,1 milhões de euros). Na Mealhada, a política é semelhante, com o IMI no mínimo legal, a participação no IRS fixada em 2% (abaixo do limite de 5%) e a isenção de derrama para empresas com volume de negócios até 150 mil euros.

O presidente da Câmara, António Jorge Franco, explicou que esta redução "traduz um apoio a famílias e a empresas para dar condições a quem cá reside e investe".

Também Anadia e Cantanhede seguem a mesma linha, com o IMI em 0,3% e 0,38% respetivamente, e com reduções ou isenções de derrama.

A aplicação do "IMI Familiar", que concede deduções fixas em função do número de dependentes, é outra medida comum a várias destas autarquias, beneficiando diretamente os agregados familiares.

Esta política fiscal demonstra uma escolha deliberada dos executivos municipais em utilizar a sua autonomia para devolver rendimento aos munícipes, mesmo que isso represente uma diminuição nas receitas próprias.