O Orçamento do Estado para 2026 introduz um alívio fiscal no IRS, através da atualização dos escalões de rendimento e da redução das taxas para os escalões intermédios. Estas alterações visam aumentar o rendimento disponível das famílias, embora a atualização dos escalões fique abaixo do referencial para os aumentos salariais, o que poderá limitar o ganho real para alguns contribuintes. As medidas de IRS para 2026 centram-se em dois eixos principais: a atualização dos limites dos escalões em 3,51% e a redução das taxas do segundo ao quinto escalão em 0,3 pontos percentuais. A atualização dos escalões resulta de um mecanismo automático legal que considera a inflação e a produtividade, mas fica aquém do referencial de 4,6% acordado em Concertação Social para os aumentos salariais no setor privado.
Esta discrepância pode levar a um aumento da carga fiscal efetiva para trabalhadores com aumentos remuneratórios superiores a 3,51%.
A redução das taxas, por sua vez, beneficia diretamente os contribuintes com rendimentos intermédios, com a taxa do segundo escalão a passar para 15,7% e a do quinto para 31,1%.
O impacto orçamental combinado destas medidas é estimado em 500 milhões de euros. Uma componente crucial da reforma é a atualização do "mínimo de existência" para 12.880 euros anuais, valor que corresponde à anualização do novo salário mínimo nacional de 920 euros.
Esta medida garante que os trabalhadores que auferem a retribuição mínima continuarão totalmente isentos de IRS, protegendo os rendimentos mais baixos da tributação.
O Governo destaca que estas alterações proporcionam um "ligeiro alívio no IRS" para a classe média e média-alta.
Adicionalmente, mantém-se a isenção de IRS para prémios de produtividade até ao limite de 6% da retribuição base, desde que as empresas cumpram certas condições de aumentos salariais.
Em resumoAs alterações ao IRS para 2026 combinam uma atualização automática dos escalões com uma redução discricionária das taxas intermédias, resultando num alívio fiscal estimado em 500 milhões de euros. A medida mais significativa é a garantia de isenção para o salário mínimo através da subida do mínimo de existência, protegendo os rendimentos mais baixos, embora o alívio para a classe média possa ser atenuado pela diferença entre a atualização dos escalões e os aumentos salariais.