A medida, formalizada por portaria, gerou uma forte reação política, sobretudo devido ao momento escolhido para a sua implementação, poucos dias após a aprovação do Orçamento do Estado para 2026.

A alteração fiscal traduz-se num aumento de 1,6 cêntimos por litro na gasolina e de 2,4 cêntimos no gasóleo.

Esta decisão surge num contexto de descida dos preços internacionais dos combustíveis, o que significa que, embora os preços na bomba continuem a baixar, a redução será menor do que o esperado.

O Governo justifica a medida como uma reversão gradual dos descontos implementados em 2022 para mitigar a crise energética, uma política que, segundo o executivo, está em linha com as recomendações da Comissão Europeia para eliminar subvenções aos combustíveis fósseis. A estratégia passa por aplicar estes aumentos em momentos de descida dos mercados para suavizar o impacto no consumidor.

A controvérsia política adensou-se devido ao 'timing' da decisão.

O Partido Socialista (PS) acusou o Governo de falta de transparência, afirmando que o aumento foi "guardado" para depois da aprovação do Orçamento. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, criticou duramente a ação, declarando: "Este Orçamento de Estado foi aprovado ainda esta quinta-feira e não passaram sequer dois dias e já sabemos que o Orçamento aprovado tem uma atualização com aumento de receita, através do aumento dos impostos sobre os combustíveis". O PS recordou ainda que uma proposta sua para que a receita adicional do ISP fosse usada para reduzir o IVA de bens alimentares foi rejeitada pela Aliança Democrática (AD) e pelo Chega, o que, na sua ótica, bloqueou uma medida de alívio para as famílias.