O Orçamento do Estado para 2026, aprovado na sua versão final, introduz alterações seletivas na aplicação do IVA, com o objetivo de apoiar setores específicos da economia. As medidas, que entram em vigor a 1 de janeiro, incluem a redução da taxa para 6% em produtos como a carne de caça e na produção de azeite, e a extensão de isenções para fatores de produção agrícola e alimentação animal para associações. No setor agrícola, a produção de azeite passa a ser tributada à taxa reduzida de 6%, em vez dos atuais 23%. Esta medida alinha a tributação das “operações de transformação de azeitona em azeite” com a do produto final, que já beneficiava da taxa reduzida, uniformizando a cadeia de valor. Adicionalmente, foi prorrogada até ao final de 2026 a isenção de IVA na compra de adubos, fertilizantes e outros fatores de produção agrícola, uma medida criada em 2022 para mitigar o aumento dos custos para os agricultores. A carne de caça também vê o seu enquadramento fiscal alterado, com o IVA a descer de 23% para 6%, equiparando-a às restantes carnes.
Segundo os proponentes da medida (PSD e CDS-PP), esta alteração visa estimular a fileira nacional, uma vez que grande parte da carne de caça abatida em Portugal é atualmente processada em Espanha, perdendo-se valor acrescentado.
O setor cultural também beneficia de desagravamentos fiscais, com as vendas de obras de arte em galerias a passarem a ser tributadas a 6%.
Esta alteração corrige uma discrepância na legislação nacional face à diretiva europeia, que já permitia esta taxa, mas que em Portugal só se aplicava a vendas diretas por parte dos artistas.
Por fim, foi igualmente estendida por mais um ano a isenção de IVA na aquisição de alimentação para animais de companhia por parte de associações zoófilas, uma proposta do PAN para aliviar os encargos financeiros destas entidades.
Em resumoO Orçamento para 2026 implementa um conjunto de reduções e isenções de IVA direcionadas a setores estratégicos como a agricultura, a cultura e o apoio social a animais. Estas medidas fiscais procuram reduzir custos de produção, estimular a atividade económica nacional e apoiar o trabalho de associações sem fins lucrativos.