Uma vasta operação da Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma rede criminosa internacional, liderada por um empresário chinês, que terá lavado mais de 200 milhões de euros provenientes de evasão fiscal. A organização, com base na zona da Varziela, em Vila do Conde, conhecida como a “Chinatown” do Norte, utilizava centenas de contas bancárias e dezenas de empresas de fachada para ocultar os fundos. A investigação, conduzida pelo DIAP Regional do Porto, revelou que o grupo movimentou um total de 209 milhões de euros nos últimos dois anos, dos quais 141 milhões foram depositados em numerário. A rede oferecia serviços de lavagem de dinheiro a outros empresários, recolhendo diariamente envelopes com valores obtidos fora do circuito fiscal. O líder do esquema, proprietário de um armazém de comércio por grosso e de um restaurante, também usava a estrutura para fazer desaparecer os proveitos das suas próprias vendas sem fatura. Para operar, a organização recrutava pessoas em dificuldades económicas, os chamados “testas de ferro”, para figurarem como gerentes de empresas fictícias, criadas apenas para abrir mais de 400 contas bancárias.
Após receberem uma pequena quantia, entregavam toda a documentação à rede, que passava a controlar as contas e a transferir os valores para o estrangeiro, com destino final na China.
A operação da PJ mobilizou cerca de 170 inspetores e resultou na detenção de sete suspeitos, incluindo o cabecilha, e na apreensão de 300 mil euros em numerário, nove carros de luxo e seis imóveis. Os detidos enfrentam acusações de associação criminosa, branqueamento de capitais, fraude fiscal e falsificação de documentos.
Em resumoA Polícia Judiciária desmantelou uma rede de evasão fiscal e branqueamento de capitais sediada em Vila do Conde, que movimentou mais de 200 milhões de euros através de centenas de contas e empresas de fachada. A operação resultou em sete detenções e na apreensão de bens de luxo e dinheiro.