As decisões incidem principalmente sobre o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), a participação variável no IRS e a Derrama. A Câmara Municipal de Lisboa, por exemplo, decidiu manter a taxa de IMI no valor mínimo legal de 0,3% e continuar a devolver a totalidade da participação de 5% no IRS aos seus munícipes.

Esta última medida foi, no entanto, controversa, recebendo os votos contra do PCP, BE e Livre, que a consideraram uma "despesa fiscal injusta e socialmente desequilibrada", argumentando que beneficia maioritariamente os contribuintes com rendimentos mais elevados. Noutras geografias, a Câmara de Braga anunciou uma nova redução da taxa de IMI, de 0,33% para 0,32%, com o presidente João Rodrigues a afirmar que a medida resulta de uma "gestão responsável" que permite "devolver às pessoas". Em linha com uma política de alívio fiscal, os municípios de Benavente e Ovar também aprovaram a manutenção das suas taxas de IMI, IRS e Derrama em níveis reduzidos, mantendo benefícios como o "IMI familiar", que concede descontos a agregados com dependentes. Estas decisões, que ainda terão de ser ratificadas pelas respetivas Assembleias Municipais, refletem uma tendência de utilização da autonomia fiscal local para mitigar o impacto do custo de vida.