Uma megaoperação da Polícia Judiciária (PJ), denominada "Cash-a-lot", desmantelou uma rede criminosa transnacional que terá branqueado mais de 200 milhões de euros provenientes de evasão fiscal. A organização, liderada por um empresário chinês, operava a partir da zona de armazéns da Varziela, em Vila do Conde, conhecida como a “Chinatown” do Norte, e utilizava centenas de contas bancárias e dezenas de empresas de fachada. A operação, que mobilizou cerca de 170 inspetores da PJ, resultou em sete detenções e na constituição de 45 arguidos, entre pessoas singulares e coletivas. A investigação apurou que a rede oferecia serviços de lavagem de dinheiro a outros empresários, recolhendo diariamente grandes quantias em numerário provenientes de vendas não faturadas. O esquema baseava-se no recrutamento de pessoas em situação de vulnerabilidade económica, os chamados “testas de ferro”, que figuravam como proprietários de mais de 50 empresas fictícias. Estas empresas serviam apenas para abrir mais de 400 contas bancárias, através das quais o dinheiro era movimentado. Em apenas dois anos, a rede depositou mais de 141 milhões de euros em numerário, num total de 209 milhões de euros movimentados.
Os fundos eram posteriormente transferidos para o estrangeiro, passando por países como a Alemanha e a Dinamarca, com destino final na China.
Durante as 67 buscas realizadas, as autoridades apreenderam 300 mil euros em dinheiro, nove viaturas de luxo, seis imóveis e congelaram dezenas de contas bancárias em Portugal e noutros países europeus. Os suspeitos enfrentam acusações de associação criminosa, branqueamento de capitais, fraude fiscal e falsificação de documentos.
Em resumoA Polícia Judiciária deteve sete pessoas e constituiu 45 arguidos numa operação que desarticulou uma rede de evasão fiscal e branqueamento de capitais. Liderada por um empresário chinês, a rede movimentou mais de 200 milhões de euros através de empresas fictícias e centenas de contas bancárias.