A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma rede transnacional de branqueamento de capitais e evasão fiscal, centrada na zona da Varziela em Vila do Conde, conhecida como a “Chinatown” do Norte, que terá movimentado mais de 200 milhões de euros. A operação “Cash a lot” resultou em sete detenções, incluindo um empresário de origem chinesa apontado como o líder do esquema, e na constituição de 45 arguidos, entre pessoas singulares e coletivas. A organização criminosa é suspeita da prática de associação criminosa, branqueamento de capitais, fraude fiscal e falsificação de documentos. O esquema baseava-se na utilização de “testas de ferro” para criar cerca de 50 empresas de fachada e mais de 400 contas bancárias, através das quais eram lavados os lucros provenientes da evasão fiscal, maioritariamente de empresários chineses. A investigação apurou que, num período de 24 meses, foram feitos depósitos em numerário superiores a 141 milhões de euros, num total movimentado de 209 milhões de euros.
Os fundos eram posteriormente transferidos para o estrangeiro, com destino final na China.
A operação envolveu cerca de 170 inspetores da PJ e resultou na realização de 67 buscas em oito municípios, incluindo Vila Franca de Xira e Porto. Foram apreendidos cerca de 300 mil euros em numerário, nove viaturas de luxo, seis imóveis e foram arrestadas 74 contas bancárias em Portugal e saldos de contas em 11 países europeus.
Em resumoA operação “Cash a lot” expôs uma vasta rede de evasão fiscal e branqueamento de capitais que subtraiu mais de 200 milhões de euros à economia portuguesa. A investigação, que culminou com a detenção do líder e de vários cúmplices, revela a complexidade dos esquemas de fraude fiscal e o papel das autoridades no seu combate.